Levantei-me relativamente cedo. Eram 9h20 e já tinha o duche tomado e a barba por desfazer. Tomei o pequeno-almoço, vesti-me e saí. Mas antes ainda passei pelo quarto para escolher um livro de poesia para levar comigo. Peguei num de Eduardo Guerra Carneiro, mas depois olhei pela janela, vi a chuva e achei melhor não. Guerra Carneiro num dia de chuva não é, para mim, uma boa escolha. Guerra Carneiro tem essa capacidade em mim: consegue enevoar um dia de sol. Ainda peguei em mais alguns. Mas ficaram todos em casa. Lá fui eu. Chovia bem e, mesmo assim, decidi ir a pé. É claro que cheguei um pouco molhado ao café de sempre. Nada a que não esteja habituado durante o Outono e Inverno aqui em Manteigas. É claro que podia ir de carro. Mas não gosto. Aqui tudo fica perto. O carro é estacionado à sexta-feira e só volta a andar ao domingo, quando vou embora. Conversa com alguns amigos. Falámos da chuva, das vindimas, do cheiro do vinho a "fazer-se", como aqui se diz, e que começa a sentir-se pelas ruas.
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