O meu autor português



Não tenho problema nenhum em dizê-lo: Vergílio Ferreira é o meu autor português. Não sei se será uma afinidade serrana ou algo do género. Parece que o meu trisavô paterno também era de Melo, terra natal de Vergílio Ferreira. No entanto, o que mais admiro no autor de Cântico Final é o facto de nunca ter desistido de pensar, de questionar e questionar-se. Disso são exemplo os nove volumes de diários (Conta-Corrente), os cinco volumes de ensaio (Espaço do Invisível), e ainda: Do Mundo Original, Carta ao Futuro, Invocação ao Meu Corpo, Pensar, Escrever, só para falar em alguns onde a capacidade reflexiva de Vergílio Ferreira está mais patente. Os romances, bem, os romances são outra coisa completamente diferente, e mesmo aí Vergílio Ferreira não deixa de se questionar e de nos questionar.

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