Tentativa de progressão no entendimento de Deus (3)


Talvez tenha tido azar com as catequistas: foram à antiga, todas caldeirões de azeite a ferver e pecados em todo o lado. A ideia de pecado sempre me fez alguma confusão. Quase tudo era pecado: comer chocolate era pecado, levantar a saia às meninas era pecado, comparar o tamanho das pilas era pecado. A própria ideia de que nos apetecia pecar era pecado. Só mais tarde me apercebi que o maior pecado de todos (aquele que realmente importa) era negar a mim mesmo tudo aquilo que me dá prazer. No entanto, a ideia de pecado ainda perdura em mim. É algo que ainda me persegue e da qual tenho tido alguma dificuldade em me libertar. É claro que com a ideia de pecado surge um sentimento: a culpa. Não me posso esquecer que foram anos e anos de profunda e contínua negação de mim mesmo. É claro que não ouso afirmar que tudo isso está resolvido. Muito pelo contrário: quanto mais avanço, mais se adensa a inquietação.

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