O Sul continua a ser uma transgressão
Jorge Fallorca
Também eu tenho esse fascínio pelo Sul. Tenho lá dois bons amigos no nosso Sul. Gostava de os ver mais vezes. Mas o que leva alguém a querer partir, por lá ficar, não voltar? Eu nem me posso queixar muito. A profissão que tenho já me levou a 10 localidades diferentes durante estes últimos 9 anos. Sou, por assim dizer, um nómada. Regresso a Manteigas quando quero ver os Pais, rever amigos, descansar. O resto do ano é passado entre Manteigas-Coimbra-e o lugar onde estiver a trabalhar. Faço por ano uma média de 30000km – em 9 anos dá um total de 270000km. Nada mau. Conheço auto-estradas, estradas nacionais, estradas municipais e outras que tais. Conheço restaurantes de beira de estrada onde se come um manjar dos deuses por tuta-e-meia. Conheço o rosto das putas à chuva. É claro que já visitei outros países, mas sempre no conforto e segurança da agência de viagens. E o Sul continua sempre presente. Esse Sul que me traz o cheiro do couro de Fez, o Sul da mesquita de Timbuktu, o Sul das planícies e montanhas da Patagónia (quem me mandou a mim ler Bruce Chatwin!), o Sul. Ponto final.
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