III (Grande Hotel de Paris)
para a Inês Dias
A morte, claro. Existem porém
dias grandes, irredutíveis a versos,
em que a indecisão da luz
nos açoita de felicidade.
São dias raros, futuras
imagens do nada, o suficiente
para que a palavra amor substitua
o primeiro cigarro da manhã.
Chegámos tarde. O quarto 203
trazia-me de novo o teu corpo.
E até a música dos sinos
vinha deitar-se connosco.
em A Flor dos Terramotos, Lisboa: Averno, 1ª edição, 2005, p. 27
Sem comentários:
Enviar um comentário