Lembro-me que antes era mais fácil. Chegava à discoteca (lugar onde se vendem discos, entenda-se) e ficava a par das novidades. Elas chegavam a um ritmo que era possível acompanhar. Hoje tudo é diferente. As novidades vão e vêm, tentar acompanhar torna-se tarefa difícil. Discos como Two Dancers, dos britânicos Wild Beasts, podem-nos passar ao lado. Editado em Agosto de 2009, Two Dancers é o sucessor de Limbo, Panto (2008). O que mais se sente quando se ouve pela primeira vez a música dos Wild Beasts é a aparente fragilidade das composições, juntamente com a voz em falsete de um dos vocalistas (as vocalizações dos temas são repartidas entre Hayden Thorpe e Tom Flemming). Algumas das influências da banda tornam-se evidentes numa primeira audição: a pop dos anos oitenta está lá toda, tanto a boa como a má, só que os Wild Beasts têm a capacidade de só aproveitar o melhor de ambas. É dessa junção que nascem músicas como The Fun Power Plot, Hooting & Howling e We Still Got The Taste Dancin' On Our Tongues. Arrisco afirmar que este último tema só não se torna num clássico pelo simples facto de hoje não ser permitido que isso aconteça: há demasiada música para ser ouvida, demasiada informação chega até nós pelos mais diferentes canais, já não perdemos tempo a gravar cassetes, a passá-las de mãos em mãos, já não deixamos as músicas envelhecer como um bom vinho. Apesar de tudo isto, Two Dancers é um álbum que irá envelhecer. E sem dúvida que irá envelhecer bem.
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