Em dias quentes como o de hoje, as ideias surgem trôpegas. É claro que as minhas ideias surgem sempre trôpegas. Ou melhor: são trôpegas. Mas nunca paro de pensar, nem que seja na morte da bezerra. Pensar, como sabemos, distingue-nos dos outros animais, embora eu goste de pensar que os animais também pensam. A ideia de instinto para definir o “pensar” de um animal é uma ideia que nunca me foi muito querida. Gosto de pensar que um leopardo pensa, principalmente quando vejo um documentário e aparece um (leopardo) a olhar o pôr-do-sol. Gosto de pensar que ele é capaz de pensar aquele pôr-do-sol. Mas… voltando ao início. Disse que penso. E penso naquilo que me leva a pensar. Penso: ao fim do dia fará alguma diferença ter pensado? O dia é melhor devido a isso? O que terá levado o Homem a pensar pela primeira vez? Como explicou isso aos outros Homens? Terá sido a inquietação que o levou a pensar? Como sabia o Homem que estava inquieto? Terá sido a necessidade de ocupar o tempo? A necessidade de respostas? Como sabia ele quais as perguntas? Tudo isto é demasiado para um dia como o de hoje.
1 comentário:
quem escreve assim não é trôpego.
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