Clamava violentenmente o meu coração contra todos estes meus fantasmas


Nestes últimos dias tive a tentação de começar a escrever os meus verdadeiros pensamentos sobre a humanidade. Desisti. Não há pensamentos suficientes que a possam salvar (a humanidade, entenda-se). E quem é que, afinal, ainda quer salvar a humanidade? Compreendê-la já seria muito bom. Ou melhor: seria o suficiente. Mas tentar compreender a humanidade será o equivalente a tentar provar a existência de Deus – ou o inverso: a sua não-existência. Como podem ver só fiz bem em não escrever nada. Afinal, para escrever apenas sete linhas (tenho como referência o Word) levei dez minutos (sete linhas até aqui). E vendo bem nada ou quase nada daquilo que escrevi faz grande sentido. Não tenho a capacidade de organizar o pensamento, como não tenho a capacidade de organizar os meus livros e a minha casa (dez linhas). Talvez me tenha feito falta a Matemática. É que nunca fui bom aluno a Matemática. Ainda hoje, às vezes, conto pelos dedos (não, não tenho vergonha), e engano-me (caso não tenham reparado esta última parte é uma hipérbole). E depois há a filosofia. Desde que me obrigaram a estudar Kant e Hegel que nunca mais fui o mesmo. E isto não quer dizer que mudei para melhor: não, isso não aconteceu. Kant e Hegel não me serviram para nada. Ainda no outro dia tentei ler Kant e fiquei na mesma. É muito difícil para mim. Não o entendo e não entendo onde ele quer realmente chegar. Talvez Kant não quisesse chegar: apenas partir.

3 comentários:

AnaMar (pseudónimo) disse...

Uma sugestão:"Mais Platão e menos Prozac", lou Marinoff :-D

manuel a. domingos disse...

cara AnaMar:

vamos imaginar que Platão leva ao Prozac. e depois?

Anónimo disse...

E não deixaste também de ser o mesmo com os Joy Division? Era o mesmo "mesmo" ou já outro? Quantos mesmos há para cada um?

E não serão todos o mesmo?...

ass: leitora semi-assidúa