Hora do duche


Por momentos nem me lembro que estou temporariamente desempregado*: o aquecimento central está ligado, os The National estão a tocar no aparelho de som, e o meu corpo está mesmo a pedir um duche, depois de ter descarregado o carro e arrumado as tralhas todas. Sei que um dia destes vou ter que desarrumar tudo outra vez e novamente encaixotar tudo e partir para uma qualquer escola deste país: e isso é bom sinal.

* menos agora, altura em que escrevo este texto e penso no país em que vivo. E vem-me à cabeça a ideia de se estar a hipotecar toda uma geração que estava bem era a procriar, para que o país não seja constituído por um grupo de velhos rabugentos a dizer que era bom interromper a democracia durante seis meses – que não acredito que a ideia seja só a Manuela Ferreira Leite a tê-la, pois deve haver por aí muito boa gente a pensar o mesmo e à espera do momento oportuno para atacar. Mas que se lixe. À merda com eles todos, bando de gansos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ai, este país que está na rua da amargura. Pobres jovens. Mas quem ouve o Sócrates, parece que estamos numa república organizada, feliz e sem problemas.
Já me enoja ouvir a voz desse homem