Das questões que se levantam enquanto se grelha peixe na brasa e o fumo nos queima os olhos e se entranha na roupa


Hoje decidi grelhar um peixe na brasa. No outro dia comprei um grelhador e, farto de espetadas, decidi grelhar peixe: Dourada. Lá fiz as brasas. O pior de grelhar com carvão é o fumo e o cheiro a fumo que se entranha na roupa, na pela, nas narinas. Enquanto grelhava o peixe e pensando nesta coisa da literatura, dos escritores, dos críticos, das editoras. No outro dia dei por mim a pensar e perguntei a mim mesmo se não andaria a brincar aos escritores, aos poetas. Se não era isto tudo uma brincadeira. Pensei isto enquanto ia buscar alguns exemplares do Mapa e hoje enquanto grelhava o peixe, que ficou com uma cor bem bonita. Nesse mesmo dia, à noite, estive com um amigo e falei-lhe dessa minha dúvida. Ele pensou durante um bocado e disse-me que se a dúvida, se a pergunta surgiu é prova de que não ando (não andamos) a brincar aos escritores, aos poetas, aos editores. Na altura a resposta dele deixou-me mais descansado. Mas hoje, enquanto grelhava o peixe (já disse, não disse?), a dúvida, a pergunta, assaltou-me outra vez. E como não estava comigo o meu amigo, ela ainda por aqui anda.

3 comentários:

R. disse...

Ao menos a dourada era mesmo dourada?

ruialme disse...

Pá! O facto de a dúvida te assaltar outra vez e ainda andar por aí é a confirmação de q o teu amigo tem toda a razão.

tonta disse...

Antes de o sermos brincamos ao sê-lo. Mas não o somos sem ter brincado primeiro.