Um resto de nada

Sempre que venho a Manteigas penso que ela é o reflexo em ponto pequeno daquilo que o país é em ponto grande. Manteigas tem uma população cada vez mais envelhecida. As perspectivas de futuro, para quem aqui vive, são três: ou a reforma ou o desemprego ou (uma coisa que não se via/sentia há muito tempo) a emigração. A indústria têxtil, principal motor da economia local durante muito tempo, acedeu aos apelos eloquentes do poder central para se internacionalizar, e, ao fazê-lo, descurou o seu principal cliente (o mercado nacional), fechando as portas. O poder autárquico cede a interesses instalados. O marasmo é total e completo. Aquilo que resta é um resto de nada.

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