Entre preparar aulas, dar aulas, corrigir testes, reuniões e mais reuniões, pensar na minha auto-avaliação, para não falar no lidar com alunos cada vez mais insolentes e colegas cada vez mais pessimistas, pouco tempo tenho para mim, para as coisas que me dão realmente prazer. Pensei várias vezes em mudar de vida. Mas no momento da verdade surge a cobardia, o comodismo, o velho ditado «melhores dias virão», e o pensamento recorrente: há alguém numa situação pior que a tua. É verdade: por agora ainda tenho um emprego, um trabalho. Soube ontem que sou o número 416 nas Listas Provisórias do Pessoal Docente Contratado. No ano passado era o 400. Desci 16 lugares. Razão? Bastou no ano lectivo passado não ter horário completo e zás! vim por aí abaixo. Alguns dirão: são só 16 lugares! que mal poderá vir daí? Amigos: 16 lugares pode ser a diferença entre colocado e não-colocado. Entre um horário minimamente decente (isto é: um horário completo ou um horário quase completo) e um mau horário (isto é: um horário que obriga uma pessoa a pagar para trabalhar). Eu sei: há alguém numa situação pior que a minha. Mas, bem vistas as coisas, isso é suposto servir de consolo a alguém?
2 comentários:
queres saber? estou pior que tu. Só para ficares feliz.
Ou infeliz...
parabéns pela sinceridade.
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