O poeta sentado


O poeta está sentado
e observa
o seu umbigo.

Vê como ele
é perfeito.

O poeta retira
do umbigo
o cotão que,
invariavelmente,
se acumula.

O poeta forma,
entre o polegar
e o indicador,
uma bola
com o cotão
que retirou
do umbigo.

O poeta aprecia
a sua criação:
considera-a única,

irrepetível.

2 comentários:

MJLF disse...

O cotão do umbigo cheira um bocado mal :)
Maria João

Luis Gaspar disse...

Depende do tempo que fique lá dentro, Maria João.