Discos pedidos #7
O jazz não é o meu território, embora não me sinta perdido quando nele me aventuro e me deixo levar, quer pelo saxofone de Coltrane, quer pela trompete de Davis. Ouvir Kind of Blue (o álbum mais vendido da história do jazz) é uma experiência única. Não há uma única música má ou menos boa. São todas muito boas, excepcionais, desde So What até à brilhante Flamenco Sketches. Kind of Blue foi o álbum que marca definitivamente a carreira de Miles Davis. Há até quem o considere um dos álbuns que mais marcou toda a música do século XX. Não é para menos. Nele podemos encontrar o trompete de Miles Davis, mas também os saxofones de John Coltrane e Julian “Cannonball” Adderley, o piano de Bill Evans. O sentido de melodia de todo o álbum é perfeito: parece que não há nenhuma nota a mais ou a menos, a bateria ouve-se discretamente ao longe, nunca se sobrepondo aos outros instrumentos, e onde o piano é a paisagem por detrás da história. Quando Miles Davis toca o seu trompete em surdina, como na música Blue in Green, todos os instrumentos o acompanham, como se fossem um prolongamento do trompete. Kind of Blue não sei se foi feito no céu, como disse o baterista Jimmy Cobb, mas se no céu a música soa a Kind of Blue, então é para lá que quero ir.
2 comentários:
No céu penso que será mais bach. mas nunca se sabe.
Luís Ene
para quem diz que o jazz não é o seu território parece bem informado.
Eu cá gosto desse album e não percebo nada de jazz.
cumpz
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