Ó da Guarda!

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o corpo parou no momento do desequilíbrio. perco-me na visão quebrada pelo sono. press the eject and give the tape: quero ouvir essa música outra vez.

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perco. o evocar de rituais antigos. esgoto o vento que sinto na cara. sou criança perdida em seara que arde. procuro a fuga. solto um grito e sou novamente. abraço os cabelos. o perfume. o nome. nele permaneço adormecido. agora que sou partícula de sonho.

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chamo a mim o sono das coisas. e no longo cabelo do fim da tarde respiro as criações. na luz que é miragem.

Pedro de Melo Fonseca: nasceu em Manteigas. Escreveu toda a sua obra entre os 18 e os 22 anos. Desiludido com a poesia, refugiou-se no vinho e no haxixe. O seu paradeiro é desconhecido.

2 comentários:

António Godinho Gil disse...

Desconhecido só para nós, Manuel, só para nós.

Américo Rodrigues disse...

Acho que me lembro dele.Usava óculos.