Ó da Guarda!
Inverno
Que dia tão cinzento... A aragem passa...
Há névoa por toda a natureza...
O frio corta e a chuva, na vidraça,
Anuncia o Inverno e a tristeza...
Também à minha vida longa e baça
Chegou o inverno... O fim da realeza!
E no fundo da linha e boa taça
As fezes da amargura, da tristeza...
Tristeza de não ter mais alegria,
De não ser mais e mais o que devia,
O anjo que sonhei, dentro de mim...
E é tão grande o mal em mim, Senhor!
Mas é muito maior o Vosso Amor
E a Vossa mis' ricórdia não tem fim!
João Baptista Isabel (1903-1984): nasceu na vila de Manteigas. Fez o curso liceal na cidade da Guarda, partindo depois para Lisboa, onde se licenciou em Medicina. Médico de profissão, exerceu essa função na sua terra natal. Publicou: Estela (1918), Quando a neve cai (1961), Cântico da Montanha (1977) e Mare Nostrum (1984) - poesia; Contos Serranos (obra póstuma publicada em 1988) - conto.
Que dia tão cinzento... A aragem passa...
Há névoa por toda a natureza...
O frio corta e a chuva, na vidraça,
Anuncia o Inverno e a tristeza...
Também à minha vida longa e baça
Chegou o inverno... O fim da realeza!
E no fundo da linha e boa taça
As fezes da amargura, da tristeza...
Tristeza de não ter mais alegria,
De não ser mais e mais o que devia,
O anjo que sonhei, dentro de mim...
E é tão grande o mal em mim, Senhor!
Mas é muito maior o Vosso Amor
E a Vossa mis' ricórdia não tem fim!
João Baptista Isabel (1903-1984): nasceu na vila de Manteigas. Fez o curso liceal na cidade da Guarda, partindo depois para Lisboa, onde se licenciou em Medicina. Médico de profissão, exerceu essa função na sua terra natal. Publicou: Estela (1918), Quando a neve cai (1961), Cântico da Montanha (1977) e Mare Nostrum (1984) - poesia; Contos Serranos (obra póstuma publicada em 1988) - conto.
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