Para quem como eu ouviu Joy Division até à exaustão sem nunca se ter cansado de o fazer, ouvir o álbum de estreia dos Editors é regressar de novo àquela garagem onde pela primeira vez ouvimos músicas como Shadowplay. No entanto, The Back Room, editado em 2005, não é uma cópia do som que a Joy Division criou, será mais um upgrade: as guitarras estão lá, a linha de baixo é sem dúvida influenciada por Peter Hook, e a bateria é herdeira das batidas de Stephen Morris, mas a energia é sem dúvida outra, mais actual, e até mesmo mais urbana, onde a própria produção do álbum, embora não deixe escapar a influência do génio de Martin Hannet no álbum Unknown Pleasures da Joy Division, projecta os Editors para um outro nível. As letras trazem todos os dilemas existenciais que Ian Curtis projectou nas suas, e quem teve o privilégio de ver os Editors ao vivo no Super Bock Super Rock do ano passado, reparou nos movimentos frenéticos do vocalista Tom Smith, que lembram muito as actuações de Ian Curtis. Mas são sem dúvida as músicas que fazem dos Editors um grupo a acompanhar: Munich, Blood (que traz consigo a matriz de Atrocity Exibition), Bullets, tornaram-se sucessos imediatos, abrindo o caminho para as restantes músicas do álbum, de onde se destacam, para além destas, a fantástica Fingers in the Factory, Someone Says e Open your Arms. Os Editors passaram um pouco ao lado da crítica, em parte devido a outras duas bandas: Arcade Fire e Interpol: que monopolizaram toda a literatura especializada durante algum tempo. Mas as músicas dos Editors continuam aí a provar que merecem ser ouvidas, de preferência bem alto e com as luzes bem baixas.
Discos Pedidos #1
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