Não considero um exagero dizer que Montenegro (que ainda é o Primeiro-Ministro de Portugal) atacou ontem a classe dos jornalistas, tanto na sua dignidade e profissionalismo, como também na sua ética. O episódio dos "auriculares" é de um provincianismo atroz, não sendo digno de um Primeiro-Ministro. O seu comentário, desrespeitoso e tacanho, aproximou-o de um governante "à la Trump" (onde os meios de comunicação social são constantemente retratados como "nasty people") e da extrema-direita que vê os meios de comunicação como alvos a abater (excepto de forem detidos pela mão que alimenta), apesar do discurso mentiroso do "respeito pela liberdade de expressão".
Acresce a tudo isto o "plano" do governo para a RTP, nomeadamente com despedimentos programados e perda de receita própria (através do fim da publicidade paga). Não esquecer, ainda, o dinheiro do erário público que está previsto para os grupos privados de comunicação. Um deles, a SIC (detida totalmente pelo grupo Impresa) tinha uma passivo financeiro, no final de 2023, superior a 212 milhões de euros.
Indignar-me é o meu signo diário
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