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Passos Coelho começa a estar cada vez mais parecido com Cavaco Silva: sempre que aparece é para regurgitar umas inanidades. Só que no caso de Passos Coelho, podemos, também, acrescentar as falsidades. Ontem, num comício da AD, Passos Coelho relembrou que, em 2016, defendeu "um país aberto à imigração", mas considerou que é preciso ter "cuidado" para ter um "país seguro". "Na altura, o Governo fez ouvidos moucos disso, e na verdade hoje as pessoas sentem uma insegurança que é resultado da falta de investimento e de prioridade que se deu a essas matérias. Não é um acaso", sustentou.". Esta retórica da insegurança associada a imigração é recorrente em partidos de extrema-direita, onde a xenofobia e o racismo são uma constante. Nunca imaginei vê-la num partido da direita democrática. Passos Coelho (sob cuja presidência do PSD foi parido André Ventura como candidato à Câmara de Loures, e cujas declarações levaram o CDS de Cristas a retirar-lhe o apoio), sabe, de certeza, que aquilo que diz não é verdade. Mas, ainda assim, atira a segunda pedra (a primeira há muito que foi atirada por Ventura e seus acólitos). E foi aplaudido. O cheiro a bafio é, cada vez, mais insuportável.

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