Meditação
Não são os mortos que me atormentam,
mas os vivos que choram e lamentam
a paz dos podres
e se contentam.
Os mortos estão em paz.
Os vivos, não!
Sentença de vida e morte aos vivos-mortos
que se contentam,
choram, lamentam,
sem se libertarem.
A minha voz
murmura no mar.
em Obra Poética - volume I, edição organizada, revista e anotada por Luis Manuel Gaspar, com a colaboração de Joana Matos Frias e Peter Stilwell, Lisboa: Assírio & Alvim, 2016, p. 533.
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