Calendário (12)


Tenho com a música uma relação que está intimamente interligada com as estações do ano. Álbuns há que só ouço no Inverno e Outono. Outros apenas na Primavera e Verão. Este é um daqueles álbuns que só ouço quando o tempo começa a aquecer e os dias ficam maiores. Aqui os The Cure eram um trio: Robert Smith (voz, guitarra e teclas), Simon Gallup (baixo) e Laurence Tolhurst (bateria). É um álbum com grandes músicas (Primary, Other Voices [onde o baixo de Gallup enche por completo todo o tema], All cats are grey [experimentem ouvir num dia quente de Verão e depois digam qualquer coisa], The drowning man). A bateria de Tolhurst é, talvez, o elemento que mais sobressai, com o seu ritmo sincopado, quase marcial, mas também a fazer lembrar, em alguns temas, os tambores das tribos ameríndias (que os The Velvet Underground tão bem trouxeram para a música pop do século XX). Faith é de 1981. O punk começava a dar sinais de cansaço. A new wave estava na moda. E os The Cure gravavam esta pequena preciosidade.

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