Lí por aí


25.04.2022, 20 horas
. Parado num semáforo numa rua de Lisboa, acabado de sair do trabalho, vejo uma pequena mota, com um adulto a conduzir, consigo, uma criança, de oito ou nove anos, levando às costas uma mala de transporte de comida da UBER. No dia da Liberdade, aquela criança saiu com o pai para o trabalho e carregou-lhe a mochila, num trabalho sem direitos ou segurança, um trabalho precário, dependente das ordens de pedido que chegam, por via digital, a conta-gotas. No dia da Liberdade, este choque com uma realidade que nos escapa, escondida atrás das vidas que não conhecemos para além de uma app de telemóvel, transporta-nos para tudo aquilo que ainda falta fazer no nosso país.

Luís F. Cristóvão

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