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Olho o vale desde a janela da cozinha todo ele névoa e chuva e vento. No fundo de si o Zêzere: rio das tardes de Verão mais o Poço dos Moinhos e nele nadar nu enquanto as raparigas se riam com isso. Secar ao sol. Rir com os palavrões de alguém a ser picado pelos tábaros. E esperar a minha vez.
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Baixo o estore. Noite. Hoje uma hora mais cedo por vontade dos homens. Olho para os livros que por aqui ainda ficaram. A maior parte deles não li. Talvez por isso tenham ficado por cá.
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Ajeito o corpo ao sofá. Passo a mão esquerda pelo gato. Com a direita: escrevo.

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