Esta noite às três da manhã acordei com um toque suave no braço. Depois ouvi um miar. Levantei-me, dirigi-me à cozinha e esperei que o gato chegasse. Como não vinha, peguei no frasco dos biscoitos e sacudi-o uma, duas, três vezes. E nada. Voltei para o quarto e Malick está já deitado no seu lugar, cabeça sobre as patas dianteiras e, ao olhar para mim, voltou a miar. Às vezes penso que passa as noite a velar por nós. Se estamos a respirar, ou não. Se estamos a ter sonhos, ou pesadelos. Penso que hoje é exemplo disso. Talvez eu estivesse a ressonar (acordei com a boca e a garganta bastante secas e estava de barriga para o ar) e ele, estranhando o som, veio ter comigo e acordou-me. E, verdade seja dita, não é a primeira vez que isso acontece.
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