Ontem fui até à Biblioteca Nacional consultar alguns números da revista Vértice.
Uma coisa que me assaltou foi o facto da revista ter sido publicada todos os meses, com artigos, inéditos, crítica literária, musical e cinematográfica, mais notícias sobre o mundo das artes. Isto: todos os meses, durante a anos e anos. Hoje, publicam-se revistas duas ou três vezes por ano e é um "must". E deixo de lado, de propósito, os supostos "suplementos culturais" com os quais alguns jornais nos brindam. Sinais dos tempos, dirão alguns. Talvez.
Outra coisa: muitas vezes "criticamos" o atraso da crítica literária, isto é, o desfasamento entre a publicação de um livro e a crítica, quando ela acontece. O imediatismo tomou conta da nossa vida, sem dúvida, e a espera, o acto de esperar, são hoje coisas raras. Mas esse "atraso" não é de agora, ao contrário daquilo que muitos pensam (e eu pensava, confesso). Exemplo: um livro publicado em Julho de 1955 teve um breve "apontamento crítico" em Dezembro de 1956. E quando digo breve é mesmo breve: no meio de 14 livros mencionados pelo crítico (Raul Castro) lá aparece aquela que eu procurava. E vale ouro. Pelo menos para mim.
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