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Ao almoço saboreei um vinho tinto competente mas que não deixa lembrança. Enquanto levava o copo à boca reparei que todo eu era gestos e maneirismos. Os mesmos do meu Pai. Às vezes no duche quando tusso ouço-o. Não a mim. Talvez ficar mais velho seja também tudo isto.

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O gato está aninhado na sua cesta frente ao aquecedor. Passou-lhe ao lado a morte hoje de Eduardo Lourenço. Mas não se esqueceu da hora do lanche e miou até eu me levantar. É sempre o lado prático da vida que lhe interessa pois no fundo sabe "que o homem é um ser de escolha e a vida é trágica na sua essência.".

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Lá fora a noite enche a rua.

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