Tudo indica, por conseguinte, que se os estabelecimentos de ensino se
afastam daquilo que os estudantes vivem e sentem; daquilo que faz parte da vida
deles, não conseguem cumprir uma das finalidades mais dignas de qualquer
educação. Diz-se que o mais óbvio, por ser o mais óbvio, não necessita de ser
interrogado. Mas é estimulante saber o que é realmente o mais óbvio ou inútil,
o que se diz ver ou sentir, sem mais. Como se houvesse um mapa do óbvio que
importasse descobrir e desenhar – e fosse essa uma das missões mais dignas de
qualquer estabelecimento de ensino. O perigo é os “finalistas”, aqueles que concluíram
um ciclo de estudos, nada saberem sobre o óbvio e jamais o interrogarem
enquanto tal.
em A resposta de David Foster Wallace a Martin Heidegger, Covilhã: Universidade da Beira Interior, Artigos LusoSofia, 2020, p. 5.
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