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A esta hora a brisa forte faz os ramos da cerejeira bater no vidro de uma das janelas da sala. Faz lembrar aquela cena no filme "Doutor Jivago": o jovem Iúri tenta adormecer mas o vento não o deixa mais um ramo de árvore que bate incessantemente no vidro da janela. Só que eu não sou Iúri. Apesar de aqui nesta casa me sentir sempre criança.

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Num lado da parede a família do meu Pai. Do outro lado da parede a família da minha Mãe. A Morte aos poucos vai ganhando nelas cada vez mais espaço.

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O gato sossegou finalmente. A viagem deixa-o sempre muito nervoso. Alterado. E depois há os cheiros. As cores. As janelas abertas que o chamam. Mais os pássaros que o provocam com voos tangentes à varanda.

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