"O meu tempo já passou". Evito esse pensamento, mesmo quando não consigo acompanhar os gostos musicais dos meus alunos, ou a ideia de moda ou de estilo. "O meu tempo já passou" soa-me absurdo, pois quem o afirma fá-lo no seu tempo. Todavia, todos os dias passo por alguém que tem nos olhos essa frase, expressão. É um Senhor de idade, barbeiro de profissão. Encontro-o várias vezes junto à janela do salão de cabeleireira onde trabalha. Olha para as barbearias mais jovens (três quase juntas) e vê-as cheias de gente. Os seus olhos anunciam uma espécie de derrota. Um desistir triste de ver.
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