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Estou a gostar bastante da leitura de Dano e Virtude de Ivone Mendes da Silva. A autora tem uma escrita que muito me agrada, sem grandes rodriguinhos ou embelezamentos barrocos que nada acrescentam. Mas não se pense que é uma escrita fácil. Não. Existem subtilezas que obrigam o leitor a estar comprometido. A escrita diarística tem essa particularidade: o leitor, muitas vezes, é apanhado desprevenido pela sua leveza (porque não é um romance, ou um poema, ou um ensaio), baixa a guarda e não se compromete totalmente com a leitura. Dano e Virtude exige esse compromisso. E o leitor fica a ganhar.

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