Zdenka Zavesky Zoubek (1890-1944)


Nascida em Praga, numa altura em que a cidade ainda fazia parte do Império Austro-Húngaro, Zdenka Zavesky Zoubek era a mais nova, dum total de onze filhos, do casal Zoubek: Arno e Andula. Arno era alfaiate e tinha o seu atelier no centro da cidade. Entre os seus clientes destacam-se os nomes de Tomáš Masaryk, Edvard Beneš, Monsenhor Jozef Tiso e Emil Hachá. Zdenka, aos seis anos de idade, foi enviada para um convento, devido aos parcos recursos financeiros da família. Este definitivo acontecimento foi marcante na vida da jovem Zdenka que, aos sete anos de idade, tenta a primeira fuga, tendo sido apanhada a poucos quilómetros dos portões do convento das Irmãs da Ordem da Anunciação. Como castigo, Zdenka foi encerrada numa pequena cela durante três semanas, a pão, água e em total, completa escuridão. O espírito indomável da jovem criança levou-a a tentar mais quinze fugas, todas sem sucesso, até aos dezoito anos. Só em 1909 é que Zdenka deixaria o convento, tendo sido expulsa, depois de ter juntado à sopa uma grande quantidade de sene. De regresso a Praga, Zdenka começa a frequentar os cafés mais boémios da cidade, onde entra em contacto com os mais diversos intelectuais. Karel Capek descreveu-a como «um espírito livre e de um magnetismo enorme». Um dia Zdenka decidiu fumar em público. Foi detida de imediato e chegou a ser mencionada por Monsenhor Tiso que, num dos seus sermões, a considerou «um exemplo vivo de libertinagem». Em 1923, Zdenka entra em contacto com as teorias anarquistas de Ales Karel (1880-1940) que defendia, entre outras coisas, a abolição de todas as ordens religiosas. Com a anexação da Checoslováquia pela Alemanha Nazi, Zdenka Zoubek foi a primeira mulher a juntar-se à Resistência, apesar dos seus quarenta e nove anos. Segundo o historiador checo, de origem arménia, Vladimir Abner, Zdenka Zoubek foi uma das principais figuras da resistência checa ao regime nazi, sendo mencionada como a mentora da tentativa de assassinato de Kurt Daluege que, em 1943, sofreu um "ataque cardíaco", segundo a propaganda nazi. Em 1944 Zdenka Zoubek foi capturada pelo regime fantoche da Eslováquia, aquando da insurreição liderada por Ján Golian. Foi deportada para Auschwitz. A ordem foi assinada por Monsenhor Tiso.

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