1. Há anos Umberto Eco referiu que "as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis". Recentemente, numa teia social (prefiro utilizar o termo "teia", pois considero "rede" um eufemismo) as palavras de Eco voltaram a ecoar (desculpem o trocadilho fácil), sendo partilhadas a uma velocidade vertiginosa. Nada contra a partilha. Mas não posso deixar de me interrogar: aqueles que partilham as palavras de Eco têm consciência da ironia do acto? ou consideram-se, apenas, fora delas?
2. Dizer que vivemos num "tempo estranho", ou num "tempo perigoso", começa a ser rotina, banal. A verdade é que todo o tempo é "estranho" e "perigoso" para quem nele vive, sobrevive. Contudo, as várias notícias que, na última semana, têm vindo a público, só nos podem assustar. Exemplo: o CEO da Renault referiu, recentemente, que os próximos anos irão ser muito difíceis e que a indústria automóvel tem que encontrar soluções rapidamente. Isto para justificar a entrada da Renault no mercado chinês e, imagine-se!, com um carro eléctrico. O que quererá ele dizer com anos muito difíceis? Difíceis para quem?
Sem comentários:
Enviar um comentário