Da Superfície das Coisas
I
Do meu quarto, o mundo está longe
de ser compreensível;
Mas enquanto caminho verifico que
é feito de quatro montes e uma nuvem.
II
Da minha varanda, observo o ar
amarelado,
Leio o que escrevi,
“A Primavera é como uma rapariga
a despir-se”.
III
A árvore dourada é azul.
O cantor cobriu-se com a sua
capa.
A lua está nos vincos da capa.
Wallace Stevens, «Of the Surface of Things»,
Collected Poems, London: Faber and Faber, 2006, pp. 50-51.
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