Hoje, na sala de professores, um colega veio ter comigo:
— Eh pá... (aperto de mão) tu que és revolucionário... sabes arrombar
portas?
*
Os poemas que me atrevo a escrever (sim: é uma questão de atrevimento) não
poderiam estar mais longe de Luiza Neto Jorge e de António Franco Alexandre.
Contudo, é a eles que mais vezes regresso, numa espécie de peregrina procura de
um silêncio que há muito quero, e desejo, para mim.
*
Enquanto leio Thomas Bernhard (Derrubar
Árvores – uma irritação), penso que fazem falta autores como ele. Ter mau-fígado
é uma grande vantagem.
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