Um poema de Rodrigo Coelho dos Santos
55 - uma pequena esperança
#1 muitas vezes é
preciso apenas aquele pequeno
estímulo para tudo de repente
brotar: uma réstia de sol, uma
gota de água, o gorjeio do vento.
e não se torna adorável o dia a
partir de então; e o coração não
floresce como quando amanhece
uma paixão?
#2 e no entanto pode
ser que não vá além disso, dum
perfeito instante, dum relampaguenante
clarão, apenas para o mundo se
obscurecer após o encantamento
no seio da noite. mas o nosso olhar
sabe nadar nas trevas agarrando-se
a um pequeno ponto, uma pequena
esperança de partir daí para a
expansão do universo
em A Rolha do Espírito, Guarda: Edição do Autor, 2016, s/p.
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