No silêncio no abismo das
ruas sustenta-te
prefere aumenta-
-te no mundo
a tudo te
prefere
Do ruído dos
ramos que
te movem os motores mas afinal
o fogo mas o vapor mas tudo
mas o silêncio que ao mundo te
prefere
O ruído das ruas que sempre
te alimenta tudo o que faz
do amor o que
faz não saber ou dormir
ou saber ou nada
preferir
de
A Doença (1963), inserido em
A Cidade o o Mar na Poesia do Algarve, recolha, selecção e estudo prévio de Fernando Cabrita, Faro: Faro Capital Nacional da Cultura 2005, 2006, pp. 156-157