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Há alguns dias que ando a reler a poesia de José Alberto Oliveira. E uma pergunta me assalta: por que razão José Alberto Oliveira não é mais vezes citado, lembrado? Acontece o mesmo com outros, é certo. De repente lembro dois: Manuel Fernando Gonçalves e António Franco Alexandre. A verdade é que eles existem, ainda caminham entre nós. Mas o pessoal prefere referências estrangeiras. Dá um ar mais culto e não dá chatices: plagiar escritores periféricos,/traduzidos em terceira mão, tem duas vantagens: parecermos/originais e não termos cuidados de rigor.*



* José Alberto Oliveira, O que vai acontecer?, Lisboa: Assírio & Alvim, 1ª edição, 1997, p. 37.

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