Penso que tenho todos os livros
de Mishima traduzidos em português. Tenho pena que sejam apenas uma mão cheia.
Todos eles deveriam estar. Este foi aquele que mais me marcou. É deste livro o
único final que sei de memória (embora ela às vezes já me traia). Apesar de ter
uma escrita visceral e atormentada, não consigo deixar de considerar Mishima um
escritor solar. É claro que a escrita solar de Mishima é mais semelhante a um
clarão, que ofusca e queima, do que à luz tépida do fim da tarde. Quando falo
de Mishima também poderia falar de Ícaro. Penso que os dois são em muitos
aspectos semelhantes. Mishima é um personagem de Mishima. Biedma quis ser
poeta, mas na realidade o que queria ser era poema; Mishima quis ser
romancista, mas na realidade queria ser romance. Penso que conseguiu.
Nota: escrito aproveitando excertos de outros textos escritos por mim, sobre o autor. Os dias não estão para grandes reflexões.
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