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Tom Sharpe foi um escritor que conheci no ano lectivo 2002-2003. Há quem se oriente pelo ano civil, outros pelo ano judicial. Eu oriento-me pelos anos lectivos. No ano lectivo de 2002-2003 dei aulas em Tábua. Na altura tinha rebentado o escândalo com as cartas de condução. Parece que metade de Portugal foi tirar a carta de condução a Tábua. Ora nesse ano conheci aquela que viria a ser minha namorada e hoje é a minha mulher. Foi ela, também, que me trouxe os livros de Tom Sharpe, que na altura era editado na Teorema e a Teorema ainda não era uma coisa da Leya. Eu não conhecia Tom Sharpe e fartei-me de rir ao ler os livros dele.  Wilt é o anti-herói por natureza. Mas quando digo anti-herói não quero dizer que ele seja cínico ou que seja um vilão. Ele é anti-herói porque não tem a capacidade de ser herói e não tem nenhuma característica que o transporte para o lado dos heróis. Ele é um homem comum, a quem tudo corre mal. Ele é alguém que tenta, a todo o custo, ter um dia calmo. Mas não consegue. Penso que todos nós temos um pouco de Wilt. Quem acha que não tem: tente, por favor, ao menos ler os livros.

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