Um poema de Manuel Afonso Costa


Talvez que chegue a hora
de sermos a sombra que desce
ao fundo da noite
E se uma palavra cair
na eternidade dessa sombra
que ela seja como tristeza
que se afunda na fundura
de um olhar
O homem lança seus olhos
sobre a seara
Alguma vezes acontece anoitecer
tão depressa


em Os Limites da Obscuridade, Lisboa: Caminho, 1ª edição, 1991, p. 24.