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O poema é sempre uma tentativa falhada de algo. No poema procura-se o que nunca se teve. Procura-se o falhanço. O poema é apenas uma forma bonita de dizer falhei: na vida, no amor. Que irei, também, falhar na morte. Um poema é aceitar o falhanço. O poema é uma ausência, um subterfúgio. O poema é uma desordem, problema. O poema é o p(r)o(bl)ema. O poema é a poesia que é mas que tenta deixar de ser. O poema não é uma arma: é a ilusão dessa arma. O poema não liberta, prende. O poema é uma mentira.

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