Henry Miller



Eu ia a passear na rua com a minha mãe a caminho da praia. Passávamos por um quiosque/papelaria/livraria e estavam uns livros de Henry Miller à venda: Plexus e Nexus. Edições Livros do Brasil, com aquelas capas insinuantes de corpos nus entrelaçados. Eu olhava para os livros com vontade de os ter (um colega do Liceu tinha-me emprestado Sexus nesse ano lectivo). A minha mãe comprou-me os livros, mais o Trópico de Capricórnio. Foram a minha leitura nesse Verão. Eu debaixo do chapéu-de-sol a ler Henry Miller enquanto via mamas a saltar por todos os lados e eu com vontade de me por nas mamas ou que as mamas se pusessem em mim. O que mais gostei da escrita de Henry Miller foi a sua simplicidade e despretensiosismo. Mais tarde li outros livros dele. É um autor que me acompanha há alguns anos, pois naquele Verão eu devia ter os meus 16 ou 17 anos. Já não sei muito bem. Quando estava a dar aulas no Estabelecimento Prisional de Caxias, requisitei na Biblioteca do Estabelecimento (uma Biblioteca muito boa, digo já) esse livro que só foi publicado depois da morte de Miller: Opus Pistorum. Entendi logo a razão de tão tardia publicação: é um livro demasiado explícito, até para a pena (sempre quis utilizar este termo) de Henry Miller. 

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