Carlos de Oliveira


Li Finisterra deitado numa cama de hospital. Pedra nos rins. Li-o de rajada. Penso que foi, até hoje, o único livro que li de rajada. A poesia de Carlos de Oliveira tinha sido lida antes. Aprendi com ela o valor de cada palavra, o peso que tem no verso. Aprendi com ela o rigor de cada gesto. Um sentido exacto para quase tudo. Desci com ela ao Inferno. Essa mesma descida é, quanto a mim, do melhor que se escreveu em português no século XX (segunda metade). Falta-me ler os outros romances. Os ensaios. Mas, na realidade, ainda me falta ler muita coisa. Tanto.

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