Nuno Bragança



Se pensarmos na segunda metade do século XX e dividirmos essa metade, em outra metade, vamos encontrar algures A Noite e o Riso. Para a minha geração (sei que isto de gerações é arriscado), o primeiro romance de Nuno Bragança é, talvez, uma curiosidade estilística, apesar de toda a verdade que o livro contem. A Noite e o Riso marca o início de uma nova etapa na literatura feita em Portugal (cuja experiência foi iniciada, quanto a mim – pois li o livro – com Caranguejo de Rúben A.), depois continuada em romances como Finisterra, Memória de Elefante, O que diz Molero, Portuguex, só para mencionar alguns. Vergílio Ferreira dizia que todos eles – os romances citados ou parecidos – não deixavam nada no estômago. A questão aqui – e com A Noite e o Riso – é que pouco importa o que fica ou não fica no estômago. Sinceramente, preocupa-me mais o amargo que fica na boca.

Sem comentários: