Luís Miguel Nava



Devo muito à Biblioteca Municipal de Manteigas. Foi lá que li pela primeira vez alguns dos poetas que mais contribuíram para a minha formação ou deformação (ainda estou para descobrir). Foi lá, também, que li o meu primeiro Nava: Vulcão (Quetzal, 1994). Fiquei impressionado com a força das imagens. Para mim, na altura, as imagens eram tudo. Depois, passou-me. Mas, mesmo assim, ainda comprei a sua Poesia Completa, publicada na Dom Quixote. Ele, Nava, era para mim um total e completo estranho. Os pormenores da sua morte despertaram em mim um interesse demasiado mórbido para ainda hoje o conseguir explicar. A sua poesia ficou em mim como um marco de passagem, isto é, é datada a uma época da minha vida. No entanto, ainda hoje não consigo ficar indiferentes a versos como: «Atirávamos pedras/à água para o silêncio vir à tona.».

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