Uma Grega no «Bierklaus»
A moça sem par tem um nariz grego
que Praxíteles por certo invejaria ter esculpido
Dança de olhos no vago sem par
O ritmo é certo, vivo, mas tão nobre
que susta o da orquestra atroadora
não por certo as seus ouvidos embora distantes
As ondas do sem mar-corpo são as de um mar distante
oceanos estão só no seu olhar
Seu corpo apenas mar!
Alguém chega
A moça continua ímpar
Mas agora
tem par
Só o nariz grego e o distante olhar
continuam
sem par.
em Descompasso, Lisboa: Moraes Editores, Círculo de Poesia - nova série, 1ª edição, 1986, p. 38.
1 comentário:
Gostei! :)
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