A política diz: «Sede prudentes como a serpente»; a moral acrescenta (como condição limitativa): «e sem falsidade como as pombas». Se as duas coisas não podem coexistir num preceito, então há realmente um conflito entre a política e a moral; mas se ambas devem unir-se, então é absurdo o conceito do contrário e nem sequer se pode pôr como tarefa a questão de como eliminar semelhante conflito. Embora a proposição – a honradez é a melhor política – contenha uma teoria que, infelizmente muitas vezes, a prática contradiz, a proposição, igualmente teórica – a honradez é melhor que toda a política - infinitamente acima de toda a objecção, é a condição ineludível da última.
em A Paz Perpétua - Um Projecto Filosófico, tradução de Artur Mourão, Covilhã: LusoSofia, Universidade da Beira Interior, 2008, p.34
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