Arte da Fuga (15)


Havia uma rua onde tropeçava nos meus próprios passos. Essa rua ia dar à tua casa. Tocava a campainha e não era preciso mais nada: sabias quem era. A porta abria. Eu subia as escadas, entrava, sentava-me à beira da cama. Tu tiravas-me o sobretudo – o melhor amigo dessas noites –, afagavas-me os cabelos e dizias para me deitar. Não perguntavas nada. Deitavas-te ao meu lado, abraçavas-me. E eu adormecia.

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