Um poema de Eugénio de Andrade


Pela manhã de junho é que eu iria
pela última vez.
Iria sem saber onde a estrada leva.

E a sede.


em Matéria Solar, Porto: Fundação Eugénio de Andrade, obra de Eugénio de Andrade/13, 5ª edição, 2000,  p.36.

1 comentário:

Gato Aurélio disse...

CAVATINA

Obstruído o caminho da transparência
só me resta reunir os fragmentos do sol nos espelhos
e com eles junto ao coração
atravessar indiferente a desordem matinal dos mastros.

Quanto mais envelheço mais pueril é a luz
mas essa vai comigo

em Antologia Breve, 3ª Edição Aumentada, Círculo de Poesia, Moraes Editores, Lisboa, 1980, p.188.