Arte da Fuga (8)


Não sei se era a maneira como olhavas para mim. Se era a maneira como olhavas para tudo. Lembro-me esperar por ti à chuva. Cheguei a escrever sobre isso. Às vezes procuro-te naqueles anos do Liceu. E lá estás tu com o teu cabelo comprido, casaco de cabedal preto, uma espécie de encharpe bem apertada à volta do pescoço, como se escondesse algo. Lá estás tu, a olhar para mim como nunca mais ninguém um dia olhou.

1 comentário:

CCF disse...

As tais coisas, tão pequenas, guardadas enormes dentro de nós.
~CC~